Cada vez mais populares entre aqueles que usam motocicletas no dia a dia, os scooters vem ganhando espaço a cada dia, mesmo em época de crise o mercado de scooters tem tido altas superiores as de motocicletas convencionais. Vendo suas concorrentes "secundárias" ganhar cada vez mais espaço no mercado, Honda e Yamaha planejam lançamentos de scooters para 2016, a Yamaha com a Nmax 160 e a Honda com o seu scooter médio, o SH 300i.
Atualmente, o único scooter médio (até 300cc) do mercado é o Citycom 300i, comercializado no Brasil pela Dafra, sendo por muitos anos a única opção para aqueles que vem dos scooters pequenos de até 150 cc, que querem um modelo mais forte, mas sem sair dos scooters. Nesse último ano, a Dafra lançou mais uma opção, o Cityclass 200i, que também serve para este "up", mas ainda é uma opção mais urbana, diferente do Citycom, que encara rodovias com facilidade.
Após 5 anos sem concorrência, a Honda trará para o Brasil em 2016 o modelo SH 300i, que terá a missão de fazer frente com o modelo já consagrado da Dafra, o scooter da Honda foi exposto no Salão duas Rodas 2015, e estava disponível para test drive, e eu é claro, não podia deixar de dar uma volta nele, mas chega de história e vamos as impressões e novidades.
Novidades
O SH 300i, assim como o Citycom, é 300 só no nome, a Citycom tem um motor de 269 cc, com potência de 23 cv, o SH300 tem um motor de 279 cc, com 25 cv de potência, ou seja, os motores são bem equivalentes, ambos possuem refrigeração líquida e freios à disco nas duas rodas, mas aí começam as novidades...
O SH 300 virá de série equipado com freios C-ABS, ou seja, freios com sistema ABS e combinados, acionando o manete do freio traseiro, a força de frenagem é automaticamente dividida entre as duas rodas, e o sistema ABS impede o travamento das rodas em caso de frenagem de emergência, algo interessante para um veículo de 300 cc que certamente chegará a 120 km/h, velocidade da maior parte das rodovias.
Logo ao sentar no scooter ví outra novidade, o sistema "smart key", inspirado nos automóveis de luxo, o SH 300i não terá chave, mas sim um botão para acionamento da motocicleta, um chaveiro que funciona como sensor de presença permitira acionar o motor, desde que esteja a uma distância de até 2 metros do scooter, o sensor poderá andar no porta luvas ou junto com o piloto.
Para completar o conjunto de novidades, mais uma inspiração do mundo automotivo, o scooter é equipado com LEDs no escudo frontal, que ficam acesos assim que o scooter é ligado, tornando o design um pouco mais moderno, as lanternas do scooter seguem a tendência e também são em LED.
Impressões sobre o scooter
Design
Se a Honda veio com força na tecnologia, pecou em design, não que a moto seja feia, não é, mas seu design é muito parecido com outros modelos da marca, a impressão que tive ao vê-la na primeira vez foi de ver uma Biz com 300 cc e câmbio CVT, pois tanto o farol quanto o escudo lembram muito a CUB de 125 cc. Tirando isso, a parte traseira sim chama a atenção, as lanternas em LED são muito bonitas.
Bolha
Este merece um comentário a parte, o modelo disponível para test-ride estava equipado com a bolha, muito grande por sinal, a bolha é mais alta do que a da Citycom, é um para-brisa mesmo, a visão fica abaixo da bolha, o que acaba distorcendo um pouco a visão por conta da curvatura. Segundo o vendedor da Honda, essa bolha provavelmente será modificada, e provavelmente será vendida como acessório, pois o modelo de série deve vir sem ela (mania brasileira de depenar o veículo e ganhar dinheiro com acessórios).
Espaço para carga
O scooter, como de praxe, terá espaço sob o assento, mas este é pequeno, pois o tanque de combustível fica debaixo do banco, reduzindo o espaço para carga, o vendedor da Honda disse que cabe um capacete fechado, mas não acreditei, meu capacete, que é articulado, não caberia, talvez um capacete pequeno sim, ou então um daqueles tipo jet. Se o espaço sob o assento desanima, por outro lado o Scooter virá com bagageiro, que permite a colocação de um bauleto, além disso o assoalho é plano, permitindo levar alguma coisa por entre as pernas.
Posição de pilotagem
Aqui há ponto positivo e ponto negativo, o positivo é que o banco é macio, tão confortável quanto o da Citycom, para o piloto, já o garupa terá menos espaço, principalmente se for instalado bauleto, pois o espaço para garupa é menor do que o da Citycom. Já quanto a posição ao sentar no scooter, eu que tenho 1,82 m de altura sofri com duas coisas, a primeira, meu pé não coube na plataforma, tive que ficar com a ponta do pé para fora (ou com as pontas dos pés viradas para dentro), e olha que calço 43, já as pernas até couberam no espaço atrás do escudo, mas ficaram praticamente encostadas no porta luvas, nas curvas meu joelho batia constantemente no escudo, pelo jeito o scooter será mais confortável para mulheres e homens com estatura mais baixa. Para as mulheres um ponto bem positivo, como banco é mais fino, pessoas com estatura mais baixa conseguem colocar os pés no chão com facilidade, minha esposa também fez o test-ride e comentou que com a moto parada era mais fácil de segurar do que a Citycom.
Pilotagem
Ao pilotar o scooter, senti que a força e arrancada são bem parecidos com a Citycom, ela é um pouco mais leve, ao menos essa foi a impressão, o que facilita em manobras para estacionar, por outro lado senti ela menos estável em curvas, apesar de não ter como ter uma opinião precisa, já que o percurso do test-ride é em baixa velocidade, os freios são fortes e respondem bem, o ABS atua sem trepidações exageradas, e o scooter para rapidamente, o painel tem todas as informações que a City tem, com exceção do conta-giros, que não é relevante na minha opinião, já que o câmbio é automático, e as informações são facilmente visualizadas durante a pilotagem.
Conclusões
No geral é um bom scooter, com tecnologia, mas que peca em alguns aspectos, como posição de pilotagem e espaço para carga, no final cada um terá que pesar os prós e contras e formar uma opinião entre ele e a Citycom, eu particularmente ainda prefiro a minha City, pois a posição me permite pilotar com conforto e o espaço sob o banco é crucial para o meu dia a dia. O Scooter será vendido por volta de R$ 21.000,00, achei o preço bem salgado, mesmo o scooter da Dafra custando hoje cerca de R$ 17.000,00 (o que também acho um absurdo!), acho que é uma grande diferença. Com esse valor eu consideraria sair de scooter e migrar para uma moto na faixa de 300 a 500 cc.
E aí, qual a sua opinião?
Até a próxima,
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