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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Dafra Citycom 300i x Yamaha XTZ 250 Teneré

Estranha comparação, não? Afinal são motos com propostas totalmente diferentes, com inúmeras características diferentes e que não podem ser comparadas diretamente, mas hoje vou falar desses dois modelos em específico por um simples motivo, já tive as duas, a intenção é comentar sobre as duas motos no meu uso diário, locomoção para o trabalho e pequenas viagens, então vamos lá:



Recentemente adquiri uma Scooter Citycom 300i da Dafra, é um modelo mundial da fabricante Tailandesa SYM, modelo já consagrado no mercado europeu e norte americano, e desde 2010 também no mercado brasileiro, trata-se de um scooter de 263 cc (ao contrário do que sugere o nome da moto), que por ser scooter tem como sua principal característica o câmbio CVT, sendo considerado portanto uma motoneta, e não motocicleta, como é o caso das motos convencionais com câmbio manual.

Anteriormente eu tinha uma Yamaha XTZ 250 Teneré, uma moto estilo trail (on/off-road), de 250 cc e câmbio manual, com a qual fiquei quase 2 anos, o modelo criado para o mercado brasileiro, teve sua produção iniciada também em 2010, e desde então vem cativando cada vez mais brasileiros que buscam uma moto que encare bem os asfaltos off-road brasileiros e que querem certo conforto no dia a dia. Recentemente a revista duas rodas publicou o resultado de um teste de longa duração, onde abriram o motor de uma Teneré 250 com 60.000 km rodados, constatando que as peças estavam em perfeito estado, o que mostra que a confiança no modelo vai além do nome Yamaha.

Mas então vamos ao comparativo evidenciando as diferenças entre as duas, mais uma vez lembrando que estou me baseando no meu dia a dia:

Conforto

 Este quesito é relativo, pois cada modelo tem suas particularidades, sendo, na minha opinião, ambos confortáveis. 

O modelo da Yamaha traz o conforto de uma suspensão mais alta, que faz com que o condutor possa transitar por qualquer tipo de terreno sem sentir aquelas pancadinhas na coluna, ao levar garupa, a suspensão mais alta também ajuda bastante ao passar por lombadas, valetas e até ao pegar um ou outro buraco, o desenho do tanque da moto também permite que as pernas do piloto fiquem bem acomodadas e em uma posição que deixa o piloto seguro nas curvas, a pequena bolha frontal, que no início parece apenas um enfeite, se mostra muito eficiente quando se está acima dos 60 km/h, desviando boa parte do vento para cima, sem ter aquela rajada de vento no rosto do piloto. O banco é regular, no início parece macio, mas ao transitar por trechos longos (acima de 200 km), o piloto sente desconforto, tanto é que muitos proprietários do modelo, interessados no uso para pequenas viagens, acabam preenchendo o banco com espuma mais macia ou então trocando o modelo do banco.

O modelo da Dafra perde no quesito suspensão, pois sua suspensão é mais dura e de menor curso, o fato de ser mais dura é justamente para compensar o curso pequeno, pois ao carregar garupa esta não chega ao fim de curso, tornando o passeio com o scooter mais confortável, se a suspensão perde para o modelo da Yamaha, o conforto do banco ganha com folga, o banco da Citycom é muito macio, e acomoda muito bem dando espaço suficiente para as pernas e ainda com o mimo de ter um apoio lombar, que permite o piloto ficar em uma posição mais relaxada em trechos mais longos, a posição das pernas, como em todo scooter, é atrás do escudo frontal, e o fato de não ter comandos nos pés acaba tornando o passeio mais confortável também nesse sentido, gerando menor tensão nas pernas com movimentos constantes para câmbio ou freio, contudo, por não ter o tanque da moto entre as pernas, como nas motos convencionais, é preciso tomar mais cuidado nas curvas, pois o scooter não "deita" como as motos convencionais, sendo necessário fazer curvas em menor velocidade. A Citycom também apresenta uma bolha frontal, enorme, que também cumpre seu papel ao desviar o vento do rosto do piloto, porém algumas pessoas com estatura abaixo de 1,80m acabam tendo a visão distorcida pelo fato de a bolha terminar bem na altura da visão, o que não é o meu caso, problema esse corrigido por alguns proprietários ao substituir a bolha original por uma mais baixa. O modelo conta ainda com a praticidade do espaço abaixo do banco para guardar coisas, cabendo inclusive um capacete (Articulado ou tipo Jet).

Consumo

O modelo da Yamaha tem um motor já consagrado (o mesmo da Fazer 250), com acerto preciso e extremamente econômico, na minha Teneré a pior média que fiz foi de 27 km/l e a melhor média 31 km/l, considerando uso na maior parte urbano e 80% do tempo sozinho. A Teneré tem a grande vantagem de um tanque com capacidade para 16 litros de combustível, que dá a moto uma autonomia de aproximadamente 420 km, excelente para longas viagens.

O modelo da Dafra apresenta consumo médio entre 22 e 25 km/l, tendo um tanque de combustível de apenas 10 litros de combustível, gerando uma autonomia próxima de 220 km.

Manutenção

Nos quase 2 anos que fiquei com a Teneré, não tive qualquer problema com manutenção, apenas o essencial, lubrificação da suspensão, troca de óleo e filtro, e troca da vela de ignição já com 21.000 km, uma excelente marca. Vendi a moto com 22.000 km rodados, havia trocado o pneu traseiro, que durou até os 19 mil km, e o pneu dianteiro ainda aguentava mais algum tempo, a relação ainda estava boa, podendo ser utilizada seguramente até próximo dos 30.000 km. O motor nunca apresentou qualquer vazamento ou barulho estranho.

Apesar de ter adquirido recentemente o modelo da Dafra, através de pesquisas pude perceber que os custos de manutenção do scooter são elevados em relação ao modelo da Yamaha, mas isso é algo já previsto tendo em vista que são modelos muito distintos, em geral é sabido que a correia de transmissão pode durar até os 15 mil km, ou até os 20 mil km, dependendo do caso, é necessária uma limpeza do câmbio CVT a cada 6.000 km aproximadamente, para prolongar a vida útil do conjunto. Os pneus também sofrem um desgaste um pouco maior, precisando serem substituídos, em média, aos 15.000 km, lembrando que o scooter precisa fazer além da troca de óleo normal de motor, a cada 3.000 km segundo o manual, também a troca do óleo de câmbiio, a cada 5.000 km. Uma particularidade do scooter da Dafra é a refrigeração à líquido, sendo necessário também verificar o nível de fluido no radiador.

Seguro

Ambos os modelos são aceitos pelas seguradoras: Porto Seguro, Banco do Brasil e Suhai seguros, porém o preço só é "acessível" ao fazer para moto zero km, para moto usada o preço é sempre proibitivo. Ainda assim, o preço do seguro acaba variando muito de acordo com o perfil do principal condutor. O seguro do modelo da Dafra tende a ser menor do que o da Yamaha, considerando o menor índice de roubo do scooter em relação a motocicleta, mas no geral ambos são considerados pouco visados pelos ladrões, apesar de ultimamente o índice de roubo de Teneré ter aumentado, ainda que não tenha tomado grandes proporções.

Considerações finais

Os dois modelos são excelentes e atendem perfeitamente a minha necessidade, recentemente adquiri a Dafra para ter mais comodidade e ter maior conforto em viagens curtas com minha esposa, além do fato de ser menos visada, pois dou aula de noite e nessas horas quanto menos visada melhor. Eu diria que o custo benefício das duas é excelente, apesar do modelo da Dafra custar em torno de R$ 2.000,00 a mais do que a Yamaha, a praticidade do CVT e do compartimento abaixo do banco acabam compensando a diferença. No final é uma questão de escolha de cada um, para aqueles que querem a moto apenas para locomoção diária e pequenas viagens em rodovias pavimentadas, eu recomendaria o scooter, já para aqueles que, além do uso diário, querem um modelo que aceite qualquer tipo de terreno, para algumas viagens mais radicais, eu indico a Teneré, vai do gosto de cada um.
Espero que o post tenha ajudado aqueles que estão na dúvida sobre qual modelo escolher.

Até a próxima

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Dafra Citycom 300i - Yamaha XTZ 250 Teneré - Scooter x moto